sexta-feira, 13 de junho de 2014

RAFEIRO!


 
Corro atrás das gatas
 Minha cama é um palheiro
Sou um ilustre  vira latas
Sou um cão puro rafeiro!
As cadelas da minha rua
São como fornos em chama
A
mais bela despe-se nua
E dorme debaixo da cama.
Pela manha põe-se de pé
Dá-me fruta sem caroço
Em vez do bom café
Atira-me carne sem osso.
Tenho uma risca no peito
Que me faz muito charmoso
Sou um cão de respeito
Que elas dizem ser gostoso
O dia vai continuar
Eu caminho em quatro patas
Se nada tiver para almoçar
Tenho que mastigar umas gatas
Gatas e cadelas obsoletas
São lindas como as flores
Põem-me andar de muletas
São umas queridas uns amores
Se continuar assim
Largo a pele por inteiro
Vou ter o mesmo fim
Que tem qualquer rafeiro
Já me vejo morto no contentor
E as princesas todas a chorar
Vão ali depositar uma flor
E dar um ultimo olhar!
E eu sorridente matreiro
Ali estou todo esticado
Para elas um lindo rafeiro
Que foi o seu namorado
No contentor bem esticado
Com o meu fato domingueiro
Elas choram uma para cada lado
A partida do seu doce rafeiro!

sábado, 9 de fevereiro de 2013

DIA DE CARNAVAL !





Hoje quando acordei
Penso que me lembrei dela
Quando por ela passei
Estava debruçada à janela.
Ofereci-lhe uma flor
Pedi-lhe seu coração
Ela queria o meu amor
Ofereci-lhe o meu cartão.
Convidou-me para o carnaval
Ficava brava se não aceitasse
Vestia-se de fio dental
Queria que todo o mundo parasse.
Por cima, blusa de pano cru
E um baton divinal
Vai mostrar seu corpo nu
No dia de carnaval.
Ela era muito jeitosa
Toda ela formosura
No desfile ia orgulhosa
Mas caiu-lhe a dentadura.
Nasceu um grande amor
No dia de carnaval
Ela parecia uma flor
Vestida de fio dental .
Varios beijos recebeu
De um seu admirador
No desfile a velha morreu
E atiraram-na pró contentor.

O admirador todo janota
No desfile do carnaval
Chorou pela velhota
E pelo seu fio dental !


segunda-feira, 8 de novembro de 2010

SEM TI !













Eu quero falar de ti
Minha garganta faz um nó
Tenho que viver sem ti
Sem ti eu estou só

Sopro palavras ao vento
Ao vento falo de ti
Tenho-te no pensamento
Tenho que viver sem ti

Momentos doces vivi
De amor e de loucura
Tenho que viver sem ti
Sem ti é uma amargura

Tu partiste como chegaste
Chegaste linda assim te vi
Mulher que me amaste
Tenho que viver sem ti


Recordações tenho de ti
Lembro-me da tua paixão
Tenho que viver sem ti
E sem teu meigo coração

De ti tenho saudades
Aos santos rezo por ti
Desejo-te felicidades
Tenho que viver sem ti

Amores, muitos já vivi
Em ti irei sempre pensar
Tenho que viver sem ti
Por ti, no além vou esperar.




sexta-feira, 29 de outubro de 2010

CAMINHA SOLDADO !










Caminha soldado,
Soldado caminha,

Lá vão eles para a guerra
Vão para outros mundos
Para longe da sua terra
Com sentimentos profundos

Sua terra fica aqui
Por outras vai caminhar
Soldado fizeram de ti
Máquina bruta de matar

Caminha soldado
Soldado caminha

Levados vão para a guerra
Arma em riste na mão
Com saudades da sua terra
E sentimentos no coração

Um dia ele vai voltar?
De uma guerra que acabou?!
Mulher e filhos a chorar
Mas o soldado voltou

Caminha soldado
Soldado caminha

Felizes os que vão voltar
Dever cumprido com satisfação?!
Por outros vamos ter que rezar
Regressam dentro dum caixão

As guerras não vão acabar
Temos que ser realistas
As armas não se vão calar
Enquanto existirem imperialistas

Caminha soldado
Soldado caminha…

sábado, 25 de setembro de 2010

A BANDA DA AMIZADE!



























Estrada fora caminhando
Em passos de procissão
A viola vou tocando
Inventando uma canção

Palavras com carinhos
Mesmo parecendo obsoletas
Ouvem-nas os passarinhos
E até as borboletas

À sombra dum roseiral
Em palavras estou a pensar
Ouço o chilrear dum pardal
Vejo formigas a trabalhar


















Ao passar um cachorrinho
Olhou-me e pôs-se a ladrar
Parou também um gatinho
Deu ao rabo e começou a miar





















O burro correu a zurrar
A cantar veio a cigarra
Vejo a cabra a berregar
E a vaca a tocar guitarra







Esta é a banda da natureza
Até nem cantam mal
Velos são uma beleza
È assim o reino animal


sexta-feira, 26 de junho de 2009

CALDEIRADA!

























O jogo vai começar
Onze de cada lado
O árbitro vai apitar
Bola no avançado.

Carapau leva a bola
Passa a peixe-espada
O cação ajeita a camisola
A corvina leva uma trancada.

Gritou ela bem fininho
Com grande satisfação
Ficou prenha teve um filhinho
E foi comido pelo tubarão.

O jogo continuou
Até tinham casa cheia
Mas o árbitro apitou
O robalo rasteirou a baleia .

Gritou a peixeirada em sururu
É grande penalidade
A faneca defendeu com o cu
Ficou feliz e perdeu a virgindade.

Marcou golo o bacalhau
Fez três é um atrick
A chaputa agarrou-lhe o pau
Pensando que era o stick.

Lá terminou o jogo
Com o apito final
Todos eles eram fogo
Deu-se um grande bacanal.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

O GATO FANUC!
















Meus caros amigos e amigas, hoje, ao beber o meu precioso café da manhã dei uma vista de olhos pelas capas dos jornais e em dois deles lá estavam as aventuras e desventuras das crianças mal tratadas e mais penoso ainda é a guerra que se trava nos meios judiciais para saber a quem calha a criança como se de um troféu se tratasse.
Bom deixo esta parte para os mais entendidos na matéria do que eu, apenas fiz um desabafo. Mas foi ao ler estas notícias que veio-me à mente o meu gato, já sei que estão a pensar que estou louco ao comparar as crianças com o gato! Tenho a confessar que até há bem pouco tempo e não sei explicar porquê não tinha grande simpatia pelos bichanos, não me diziam nada. Via-os como animais que andam por cima de tudo sem pedir autorização. Quando menos esperava cruzou-se no meu caminho um gato com poucos dias de nascimento que se encontrava numa espécie de lixeira, pobre animal raquítico e esfomeado.

Ao vê-lo mais parecia uma coisa, do que um gato, tal era o seu estado escanzelado. Ao reparar no pobre animal veio-me à mente que estava em presença de mais um igual a tantos outros a que a sociedade chama de mal nascidos. Neste caso, o mal nascido deu entrada na creche, a minha garagem. Aí encontrou acolhimento e sobretudo bom trato. Como é óbvio e como tudo na vida com bom trato “a coisa” tornou-se um gatinho. Assim que se apanhou com forças nada o fazia parar e descobri rapidamente que tinha tendência para a mecânica, só estava bem em cima do carro e a inspeccioná-lo quando este dava entrada na garagem.
Lembro-me que uma manhã retirei o carro da garagem e reparei que não havia sinais do gatinho, chamei-o várias vezes e lembrei-me de abrir a capota do carro. Lá estava ele tranquilo a olhar para o motor e atento ao seu trabalhar. Sorte a dele e a minha , se lhe tivesse acontecido algum mal o meu dia começava pessimamente.
Era chegado o momento de o tirar da garagem , levei-o para o meu local de trabalho com todos os seus haveres. Aí tem toda a liberdade do mundo e mais uma vez revelou a sua tendência para a mecânica, só está bem dentro das máquinas ou em cima destas, de modo a poder controlar tudo em seu redor.
Deixou de ser um gatinho para ser um gato, demos-lhe o nome de Fanuc por ser o nome de uma das máquinas, a mais alta e onde ele normalmente se empoleira para poder controlar tudo e todos ao ponto de cada vez que alguém passa perto da máquina menos prevenido lá está ele a estender a pata para lhe dar uma sapatada na cabeça.
Nós os que lidamos com ele, chegamos a pensar e até a comentar:
- É um gato, um cão, um macaco, ou...? Comporta-se estranhamente, é óbvio, que é um gato mas quando começa aos saltos mais parece um macaco . No chão, por vezes anda todo emproado e levanta as patas mais parecendo um símio e quando o chamamos como se chama qualquer gato , bchbchbch, nem sequer nos liga, no entanto se o chamarmos como a um cão: Anda cá! Ele simplesmente obedece. Anda sempre atrás de nós junto às nossas pernas para onde quer que vamos, quando está junto a alguém que esteja a trabalhar deita-se como um cão e deixa-se estar ali quieto. Lança-se às nossas pernas quando vamos a passar e por vezes esconde-se para o irmos procurar, quando alguém o encontra ai está ele pronto para se atirar.
De quando em vez lá se aventura na selva , isto é, os quintais dos vizinhos onde existem alguns gatos com o território bem demarcado no qual o Fanuc se aventura certamente na esperança de encontrar uma amorosa. Confesso que nunca por lá vimos nenhuma, o que nos faz pena por ele, bem entendido!... Como disse, ele aventura-se no território dos outros, envolvendo-se em grandes zaragatas, quando se consegue libertar corre para o seu refúgio, mas não é a primeira vez que chega a coxear das muletas e até com o fato roto. Escusado será dizer que recorre aos serviços sociais para que o possamos tratar, meter de boa saúde e com bom aspecto.
Se bem se lembram comecei por dizer que não gostava de gatos, agora quero-vos informar que ainda não sei se gosto! Mas gosto muito deste amigo. Nas horas mortas em que tenho que dar seguimento a alguns trabalhos ali está ele a olhar para mim, a respirar, confesso que me sinto acompanhado. Ah! Qual a sua raça? Não sei, sabemos apenas que é o nosso gato de estimação. Um dos mal nascidos da sociedade, que estava no sítio certo à hora certa. Este é o meu contributo aos mal nascidos, nem todos têm a sorte que teve o gato Fanuc.